Voo solo

Voo solo

Tinha que ser ele. Meus olhos brilharam, montei e não queria sair. Ele tinha asas, imaginem só! Quem foi a mente brilhante que fez um triciclo em forma de avião? Genial! Era a motoca mais maneira que eu já tinha visto. E estava ali, na garagem da minha tia, parte da coleção de motocas dos meus primos. Eu tinha que andar. Minha mãe avisou, disse que não poderia ir junto comigo, que eu iria sozinha com meus primos e a…

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Separando o joio do trigo

Separando o joio do trigo

Sucesso. Aliás, Paralamas do Sucesso. Tô naquela pegada de “Tendo a Lua” e vou jogar tanta coisa fora. Verei o meu passado passar por… Ixi, agora, essa santa dessa música grudou na minha cabeça. Cadê o CD dela? É joio, tem que ir pra caixa de “vai embora”. Nessas horas de arrumação obrigatória autoimposta, que vêm num momento de lapso agudo de lucidez por volta de uma vez por ano, eu sempre me pergunto por que catzo eu tenho tanta…

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Procura-se aula prática de darwinismo

Procura-se aula prática de darwinismo

Meta de vida: virar rato-gafanhoto. Esse aí manja dos paranauê de darwinismo. Gente, a criatura toma picada de escorpião e tá se lixando. Sai na maior, como se nada houvesse. E sabe como ele chega a isso? Rola toda uma preparação. Imagina o bebê rato-gafanhoto. Ele sai pro meio do mato, procura um escorpião e manda um: “Cola na grade, mano, não tenho medo de você.” E ainda completa: “Seu trouxa!” Claro que, depois de ser chamado na chincha, o…

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Victor Brecheret

Victor Brecheret

Sexta à noite. Status dos conversantes: tio, quase 30 anos, esgotado pós-trabalho. Sobrinho, 07 anos, pique em nível pueril. – Quero ver você bater meu recorde! – Que recorde, menino? – Do meu jogo no celular, tio. – Ah, para. – Sério! Levei duas horas. – Duas horas? – Claro, é um jogo super complexo. – Sei. – Verdade! Tem que levar o personagem numa busca de herói. – Tá. – E tem que derrotar os vilões e decifrar os…

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Mãe de gente, mãe de cão

Mãe de gente, mãe de cão

Sempre defendi que ser mãe tem muito a ver com ser chefe. Veja: você fomenta o melhor no serumaninho, dá apoio, entende que o serumaninho precisa de espaço pra crescer, deixa (com cautela) o serumaninho quebrar a cara quando ele não te ouve, mostra limites, mas também escuta e aprende com o serumaninho. Tiro muito da minha liderança pra usar como mãe, tiro muito da maternidade para usar no trabalho. Costuma funcionar. Eis que Aveia (À Toa) entrou em nossas…

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Ser romântico é…

Ser romântico é…

Mentir. Descaradamente. O quê, você discorda? Pois vamos aos fatos. Você já ouviu o Frejat dizendo que, por você, ele dançaria tango no teto, limparia os trilhos do metrô, iria a pé do Rio a Salvador? Romântico demais. E quando os Backstreet Boys diziam que nunca iam partir seu coração, te fazer chorar? Que prefeririam morrer a ficar sem tu? Arco-íris de corações jorram das caixas acústicas. O seminarista Eugenio, já na qualidade de sacerdote, quebrou seus votos de castidade…

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Quem inventou isso?

Quem inventou isso?

Um embuste. Engodo mesmo. Coisa de louco. Você espera aquele respaldo aconchegante, conhecido e seguro, que carrega o que importa pra você. Mais nada. É um abuso que alguém decida tirar da gente um conforto tão corriqueiro. Algo tão básico usurpado de maneira vil. Que tipo de biltre nos furta uma utilidade simples dessas? Não satisfeito com o fato de tirar isso de nós, o safado ainda decidiu nos iludir. Botou uma costura inútil no lugar. Aí, você tenta, achando…

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Um velório e três causos – parte 3: a oração

Um velório e três causos – parte 3: a oração

Tem dois momentos particularmente dolorosos num velório: o fechamento do caixão e o enterro em si. São muito finais. Você nunca mais vai tocar naquela pessoa, nunca mais vai vê-la. A afirmação é dramática, mas é verdade. A “vantagem” de descobrir que seu pai vai morrer é ter um tempo para se preparar para o adeus. Eu escrevo. É o que estou fazendo agora, inclusive. Então, no hospital mesmo, nos dias de UTI, comecei a escrever a despedida que nos…

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Um velório e três causos – parte 2: maldição da família

Um velório e três causos – parte 2: maldição da família

Lembram que eu disse que 2015 teve quatro velórios? Então, papai foi o último. Antes de entrarmos no velório dele, vamos dar um passinho para trás para contextualizar. A primeira baixa foi em janeiro, uma matrona, tia Jaque, irmã da minha mãe. A pessoa de maior coração na família e, talvez, menos juízo. Figuraça. Tirava a roupa do corpo para te dar se você pedisse e nunca deixou um centavo guardado. No Natal, assava panetones caseiros de tamanho miniatura para…

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Um velório e três causos – parte 1: a caixinha do caixão

Um velório e três causos – parte 1: a caixinha do caixão

Tem coisa que precisa curtir, maturar, chegar a um ponto certo. Tudo tem seu tempo. Inclusive as histórias que temos para contar. Com a morte do meu pai, em 2015, pude ver o melhor e o pior das pessoas, de um jeito que só situações extremas podem mostrar. Até porque foi um ano em que a família passou por quatro velórios. Apanhamos muito, doeu demais. E ficou muito causo para passar adiante. Separei três do dia do velório. Por onde…

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