Sic – (Comédia?) de erros
– Cê nem sabe!
– O que eu não sei?
– Sábado foi furada, truta.
– Furaram um peixe?
– Não, que peixe, que nada! Eu ia num churras.
– Ah…
– Faziam semanas que tava na vontade de uma carne.
– Fazia, né?
– Semanas! Vô tá te contando tudo!
– Vou contar…
– Seje educada, espera tua vez!
– …
– Ó só, tava lôca pra ir no churras, então, eu queria ter chego cedo.
– Chegado.
– É, era um chegado meu. Bródi mesmo. Não ia ligar se eu aparecesse cedo.
– Tá.
– Só que eu não sabia naonde era direito.
– Ai.
– Cê viu? Pobrema se perdê, né? E tava meia zoada, não conseguia ler direito o gê-pés.
– Tava meio zoada e não lia o quê?
– O gê-pés, sua tonta. Aquele treco do mapa, dos caminho.
– Hum.
– Sabe nada das tecnologia, né?
– Pois é. Continua.
– Bom, se perdemo no caminho. Acabamo numas quebrada lá.
– Quebrada? Quebrou o carro?
– Não! Era o lugar, mas relaxa, quem tem boca vai e arruma.
– À Roma.
– Não, era no Jardim Ângela. Cê acha? Roma? Até parece! Menas, bem menas!
– Senhor!
– Senhorita, respeita.
– Deixa pra lá. Mas e aí? Conseguiu “arrumar”?
– A gente começamo a perguntá. Só que a gente topô com um tiozinho com perca de audição.
– Perda?
– Perca, perda. De todo jeito, ele não ouvia o que a gente falava.
– Mas você precisa falar direito, se não, quem perde a audição sou eu!
– Ih, vai querê me acorregê? Pra mim conta direito, cê tem que ficá quieta!
– Pra eu… Ah, cansei!
– De quê? Tá sentada ouvindo só. Oxe…