Browsed by
Categoria: Desabafo

Bem-vindos a dois mil e cacetada

Bem-vindos a dois mil e cacetada

Será que todos sabem que estamos em 20XX? (Eu escrevi em 2019, mas não sei em que ano cê tá lendo, então, vou jogar o X de variável aí, pretensiosa, achando que lerão no futuro. Vai que.) Como pode? A gente tem algumas barbaridades que deveriam ter ficado no século passado (retrasado, nunca ter existido, enfim…). Vou listar algumas aqui, mas, ó, fica à vontade pra completar nos comentários. Tomadas 110 e 220 Por que cargas d’água eu tenho que…

Read More Read More

Procura-se aula prática de darwinismo

Procura-se aula prática de darwinismo

Meta de vida: virar rato-gafanhoto. Esse aí manja dos paranauê de darwinismo. Gente, a criatura toma picada de escorpião e tá se lixando. Sai na maior, como se nada houvesse. E sabe como ele chega a isso? Rola toda uma preparação. Imagina o bebê rato-gafanhoto. Ele sai pro meio do mato, procura um escorpião e manda um: “Cola na grade, mano, não tenho medo de você.” E ainda completa: “Seu trouxa!” Claro que, depois de ser chamado na chincha, o…

Read More Read More

Um velório e três causos – parte 3: a oração

Um velório e três causos – parte 3: a oração

Tem dois momentos particularmente dolorosos num velório: o fechamento do caixão e o enterro em si. São muito finais. Você nunca mais vai tocar naquela pessoa, nunca mais vai vê-la. A afirmação é dramática, mas é verdade. A “vantagem” de descobrir que seu pai vai morrer é ter um tempo para se preparar para o adeus. Eu escrevo. É o que estou fazendo agora, inclusive. Então, no hospital mesmo, nos dias de UTI, comecei a escrever a despedida que nos…

Read More Read More

Um velório e três causos – parte 2: maldição da família

Um velório e três causos – parte 2: maldição da família

Lembram que eu disse que 2015 teve quatro velórios? Então, papai foi o último. Antes de entrarmos no velório dele, vamos dar um passinho para trás para contextualizar. A primeira baixa foi em janeiro, uma matrona, tia Jaque, irmã da minha mãe. A pessoa de maior coração na família e, talvez, menos juízo. Figuraça. Tirava a roupa do corpo para te dar se você pedisse e nunca deixou um centavo guardado. No Natal, assava panetones caseiros de tamanho miniatura para…

Read More Read More

Um velório e três causos – parte 1: a caixinha do caixão

Um velório e três causos – parte 1: a caixinha do caixão

Tem coisa que precisa curtir, maturar, chegar a um ponto certo. Tudo tem seu tempo. Inclusive as histórias que temos para contar. Com a morte do meu pai, em 2015, pude ver o melhor e o pior das pessoas, de um jeito que só situações extremas podem mostrar. Até porque foi um ano em que a família passou por quatro velórios. Apanhamos muito, doeu demais. E ficou muito causo para passar adiante. Separei três do dia do velório. Por onde…

Read More Read More

Todas as conversas após o fato

Todas as conversas após o fato

Agora eu sei. Mas, cara, eu não tinha ideia! Então, sei que vão me perdoar. Faltou mesmo empatia, e foi por pura ignorância. Quer dizer, eu solidarizei, mas, ó, nem de perto o que devia. Preciso falar com esses amigos depois, pedir desculpas. O tempo? Que nada, mentira! Pode passar quanto tempo quiser, continua ali. Presente, sentado à mesa, no banco do carona no carro, no barulho da porta abrindo. O relógio não é seu amigo. Balela, isso aí. Coisa…

Read More Read More

Sobre casais de velhinhos

Sobre casais de velhinhos

Corta para agora, meses depois. Casais de velhinhos caminhando de mãos dadas ainda me dão nos nervos. Fotos de gente em redes sociais comemorando bodas de metais preciosíssimos me deixam com raiva. Agradecimento online pela graça concedida, então, esquece – desfaço a amizade virtual na hora! Eu lembro de estar na UTI com ele, de ouvir a médica entrar no nosso box e dizer para nós que ele não ia mais acordar. Que não sairia da UTI. Eu lembro. Lembro…

Read More Read More

A morte deixa sequelas

A morte deixa sequelas

A vida por um fio, o corpo ligado a dezenas deles. Uma máquina sanfonada que empurra e puxa o ar violentamente. Dosagens de remédio frias controladas eletronicamente. Um quadro branco com números rígidos. Ele não vai acordar. Hospital, recepção, elevador, liberação de visita, UTI. No leito ao lado, a médica avisa: vocês vão para o quarto ainda hoje. Do outro lado: amanhã, acho que vão para casa. Gente sorrindo, comemorando, alívio. Na vez dele… Ele não vai acordar. Bipes incontáveis….

Read More Read More