Licença, Sêo Manuel, vou pra outra Pasárgada*

Licença, Sêo Manuel, vou pra outra Pasárgada*

Vou pra outra Pasárgada
Lá sou amiga da Rainha,
Lá comida boa não engorda
E a cama é todinha minha

Vou pra outra Pasárgada
Vou pra outra Pasárgada
Quero mais é ser feliz
Lá a vida é mais tranquila
De tanta paz e tão plena
Que quem me deixou saudade
Tem passagem livre pela cidade
Preguiça e soberba são pequenas
Valorizam inteligência e criatividade

E como terei tempo
Lerei os livros que quero
Andarei sem pressa
Poderei curtir meus queridos
Dormirei até acordar!
E quando estiver inspirada
Pego a caneta ou teclado
Pauso o resto do mundo
Pra escrever meu pensar
Que vêm dos porões da mente
Ou de realidade demente
Vou pra outra Pasárgada

Em Pasárgada, tem mais chances
É civilização avançada
Tem um processo seguro
De impedir o discriminar
Tem gente boa e racional
Tem wi-fi grátis para todos
Tem justiça social
Para a gente comemorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de partir o coração
Quando o dia for devastador
Cheio de feed-créu e reunião
– Lá sou amiga da Rainha –
Lá comida boa não engorda
E a cama é todinha minha

Vou pra outra Pasárgada

*Releitura do poema de Manuel Bandeira: “Vou-me embora pra Pasárgada”

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